Os adesivos estão sendo colocados sorrateiramente nos vagões das linhas Verde, Azul, Vermelha e Amarela há duas semanas. Diz: “Assento preferencial para leitores”. Não se trata de uma nova ideia do Metrô, mas de uma intervenção do estudante de publicidade Vinicíus Dias, 20 anos, e do publicitário Fabiano Gonçalves, 26 anos, usuários diários do meio de transporte. Eles já tinham feito outra campanha parecida (a fanpage “Faz de Conta que a Água Acabou”, sobre racionamento de água, foi até assunto no programa de Ana Maria Braga) e parece que gostaram do negócio. “Assim como nós, muitas pessoas só têm tempo de ler nestes trajetos entre a casa e o trabalho ou a escola”, explica Vinicius. “Um vagão só para leitores incentivaria a leitura e não ocuparia os outros assentos preferenciais”. A nova campanha ainda está bem tímida, mas os dois acreditam que ela ganhará força com a hashtag que criaram, a #VagaodosLeitores.

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O rodapé do adesivo, em letras minúsculas, dá sinais de que não se trata mesmo de nada oficial: Não existe lei preferencial para leitores, mas poderia. “No fundo, a campanha serve como um incentivo à leitura”, conta Fabiano, que está sempre acompanhado de livros nos 90 minutos diários que passa a bordo do Metrô. “Mesmo que não dê certo, a ideia pode servir pelo menos como motivação para as pessoas deixarem de lado o celular”. Os dois só não querem ser apontados como vândalos. “Foi um jeito que encontramos para passar uma mensagem”, explica Fabiano.

O desenvolvedor de software Luiz Fernando Tremonti, que criou a campanha “Leitura no Vagão” no ano passado, viu o adesivo e achou a proposta divertida, embora não concorde com ela. “Consigo ler em pé, leio até andando entre a estação e o trabalho”, afirma. “Melhor deixar mesmo os bancos para quem precisa”.

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