Enquanto os paulistanos derretem (esta semana, alguns termômetros na cidade atingiram os 37 graus!), o nobre bairro dos Jardins insiste em se manter a temperaturas abaixo de zero. Está ali a maior concentração de sorveterias gourmets de São Paulo. Quem trouxe a frente fria foi a Bacio di Latte, que inaugurou sua primeira loja na região em 2011. No ano seguinte, chegou a Diletto e, logo no início de 2013, a Bacio di Latte marcou território com mais uma filial da loja. No segundo semestre, a Purogusto e a Casa Elli juntaram-se à trupe. O ano mal começou e três novas sorveterias já figuram pelos Jardins. A Dri Dri abriu as portas no último dia 27 e está prevista para os próximos dias a inauguração da nova unidade da Cuordicrema, sorveteria gourmet do Itaim Bibi. A primeira loja física da Gelato Boutique, que já perambula pela cidade em seu carrinho móvel, abre em março na Oscar Freire.
O São Paulo para Curiosos preparou um roteiro para quem perambula pelos Jardins atrás de um sorvetinho:
Bacio di Latte
Rua Oscar Freire, 136
Rua Bela Cintra, 1829
Nick Johnston e os irmãos Edoardo e Gigi Tonolli viajaram pela Itália em busca das melhores técnicas, sabores e receitas de sorvetes. Voltaram a São Paulo para inaugurar a Baccio di Latte em janeiro de 2011, na Oscar Freire. O sucesso foi imediato. “Acho que descobrimos um nicho muito saboroso”, orgulha-se Edoardo, depois de contar que, antes da Bacio di Latte, tinha dificuldade em encontrar gelatos artesanais de qualidade em São Paulo. A quarta unidade da sorveteria Baccio di Latte abriu as portas na esquina da Rua Bela Cintra com a Alameda Tietê em fevereiro de 2013. Fica a sete quadras (ou uma caminhada de 15 minutos). Edoardo Tonolli não notou diferença no movimento da casa com a abertura de novas sorveterias no bairro: “Pensamos que as filas diminuiriam um pouquinho, mas não aconteceu”.
Diferencial: A marca só trabalha com ingredientes artesanais. O sorvete é produzido fresco todos os dias dentro de cada loja.
Carro-chefe: Baciodilatte (gelato base de creme de leite e leite).
Mais vendido: Baciodilatte (gelato base de creme de leite e leite).
Preço: R$ 12 (copo de 160 g)
Horário de funcionamento: Oscar Freire: 2ª a sábado, das 11h às 23h; domingos e feriados, das 11h às 22h / Bela Cintra: 2ª e 3ª, das 11h às 23h; 4ª a sábado, das 11h à 0h; domingos e feriados, das 11h às 22h.
Telefone: Oscar Freire: 3062-0819 / Bela Cintra: 3063-3067
Diletto
Alameda Lorena, 1969
Em dezembro de 2012, a Diletto, marca de picolés que já figurava em geladeiras de shoppings, supermercados e restaurantes, inaugurou a primeira sorveteria própria, na região dos Jardins. No local, o cliente pode consumir os doze picolés tradicionais da marca, como de framboesa, pistache e limão siciliano, além de sabores sazonais, sorvetes de massa e outros produtos exclusivos. Leandro Scabin, fundador e diretor geral da Diletto, é engenheiro e trabalhava no ramo de importações. Em 2006, decidiu resgatar o trabalho do avô, Vittorio, que abriu uma sorveteria na província de Sappada, na região italiana do Vêneto, em 1922. Por causa da guerra, Vittorio trocou a Itália pelo Brasil e seus sorvetes eram provados apenas pelos familiares. A arrancada da Diletto se deu com a chegada de dois novos sócios – Fábio Meneghini e Fábio Pinheiro.
Diferencial: A marca é conhecida por seus picolés artesanais. O incrível é que, na loja própria, os picolés custam 50% a mais que em muitas geladeiras instaladas em terceiros. Ali, também é vendido o sorvete de massa, que vem acompanhado de uma cobertura dentro de um vidrinho
Carro-chefe: Limão siciliano
Mais vendido: Limão siciliano
Preço: R$ 7,50 a R$ 10 (picolé)
Horário de funcionamento: 2ª a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 12h às 20h.
Telefone: 4371-4454
Purogusto
Rua Oscar Freire, 502
Os sócios Fábio Godano, Carlo Alberto Ghizzoni e Claudia Reggiani, chef especializada em sorvetes italianos, abriram a primeira loja da gelateria em novembro de 2013. A novidade fica na Rua Oscar Freire, a menos de três quadras da concorrida Baccio di Latte. “É um ponto de referência na área”, justifica Claudia, que não se preocupa com a saturação de sorveterias no bairro: “Para produtos de qualidade, sempre tem espaço”. Os sorvetes são produzidos artesanalmente dentro da loja, em um laboratório à vista do público. Os sabores variam quanto à disponibilidade dos ingredientes e à sazonalidade das frutas. Para o verão 2014, a novidade é o sorvete de cheesecake.
Diferencial: A chef adaptou a técnica italiana artesanal à situação brasileira. Os sorvetes são feitos com matéria-prima fresca, e não levam gordura hidrogenada vegetal.
Carro-chefe: Pistache
Mais vendido: Cremino (avelãs e suave camada de chocolate 72% amargo)
Preço: R$ 9 (copo pequeno) a R$ 13 (copo grande)
Horário de funcionamento: todos os dias, das 11h às 23h
Telefone: 3062-1862
Dri Dri
Rua Padre João Manuel, 903
A sorveteria londrina acaba de chegar ao Brasil. Abriu as portas em 27 de janeiro, recebendo cerca de 200 clientes só no primeiro dia. Foi trazida para cá pelos franceses Dimitri Mussard e Nicolas de Virieu, radicados em São Paulo. A dupla escolheu o bairro justamente por concentrar um alto número de gelaterias. “É onde os consumidores sabem que vão encontrar bons produtos”, justifica Dimitri. “O movimento superou nossas expectativas”. Os sorvetes são todos fabricados diariamente, com o uso de ingredientes premium: pistache da Sicília (Itália), baunilha de Madagascar e avelãs do Piemonte (Itália) são alguns deles.
Diferencial: Os gelatos são mais magros. Na DriDri, todos têm até 6% de gordura em sua composição, enquanto em outras sorveterias esse valor pode chegar aos 25%.
Carro-chefe: Açaí
Mais vendido: Crema Dri Dri
Preço: R$ 9 (copo pequeno) a R$ 14 (copo grande)
Horário de funcionamento: 2ª a 4ª, das 11h às 21h; 5ª a sábado, das 11h às 23h; domingo, das 12h às 22h.
Telefone: 3061-9646
Casa Elli
Alameda Tietê, 163
Comandada por quatro italianos e um brasileiro, a Casa Elli foi inaugurada nos Jardins em setembro de 2013. “É um bairro de alto fluxo de passeio, consumo e entretenimento”, justifica o italiano Marco Giancola, um dos proprietários. A gelateria inova ao não expor seus sorvetes em vitrines, como faz a maioria das casas do gênero. Os doces são estocados em pozzetti, potes de metal mantidos a -14ºC. Dessa forma, o ar e a luz não entram em contato com a massa, preservando sua forma e sabor. Os italianos, que tocam o negócio diretamente da Itália, investiram também na decoração – todo o mobiliário é original de Milão e Florença.
Diferencial: Todos os ingredientes utilizados na confecção dos sorvetes são naturais. Não há nenhum tipo de base industrializada, espessante ou estabilizante nos sorvetes.
Carro-chefe: Chocolate base água 70% (sem gordura e ideal para quem tem intolerância à lactose)
Mais vendido: Chocolate base água 70%
Preço: R$ 10 (copo pequeno) a R$ 15 (copo grande)
Horário de funcionamento: 2ª a 5ª, das 12h às 23h; 6ª e sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12h às 23h.
Telefone: 3063-4741
O QUE VEM POR AÍ…
Cuordicrema
Alameda Lorena, 1501
A primeira loja da sorveteria artesanal abriu em 2012, no Itaim Bibi, comandada pelo empresário Fábio Lampugnani. Os gelatos, criados pela nutricionista Renata Florim, são produzidos diariamente dentro de um laboratório instalado na loja, com o uso de leite fresco pasteurizado localmente e frutas rigorosamente selecionadas. Podem ser servidos no copo, na casquinha ou em um cone artesanal forrado com chocolate belga derretido. Está prevista para a segunda semana de fevereiro a inauguração de uma loja-conceito na Alameda Lorena, no bairro dos Jardins. “O bairro tem um público de moradores, trabalhadores e visitantes perfeitamente alinhado com a nossa oferta”, justifica Fábio Lampugnani. “A região pode ser ainda bastante explorada”.
Diferencial: Os produtos são, ao mesmo tempo, saborosos e saudáveis (não se usa creme de leite na produção dos gelatos e há opções sem gordura e sem lactose). O ambiente tem espaço para crianças.
Carro-chefe: Casquinha artesanal forrada com chocolate belga
Gelato Boutique
Rua Oscar Freire, 720
A gelateria se prepara para abrir as portas em março, na Rua Oscar Freire, entre as ruas Haddock Lobo e Augusta. “É um lugar agradável para se passear, com bom movimento de pessoas durante toda a semana”, justifica Márcia Garbin, dona do negócio. A chef é a vencedora do Firenze Gelato Festiva 2013, principal festival de sorvetes do mundo. Ela, que estudou confeitaria no Le Cordon Bleu, em Paris (França), voltou a São Paulo no ano passado. Desde então, perambula pela cidade com um carrinho retrô recheado de seus gelatos. “Foi difícil encontrar um lugar que tivesse a nossa cara, pois buscávamos um imóvel antigo, charmoso e que tivesse história”, conta.
Diferencial: Há um chef por trás da criação e execução das receitas, alguém que estuda, cria e testa constantemente novas ideias e tendências.
Carro-chefe: Caffè-Lime (café com limão Taiti)
E AS SORVETERIAS DOS JARDINS QUE FECHARAM SUAS PORTAS…
Häagen Dazs
Rua Oscar Freire
A última loja de rua no Brasil da sorveteria nova-iorquina Häagen Dazs, localizada na Rua Oscar Freire, encerrou suas atividades em 27 de junho de 2013, uma semana depois da abertura da segunda unidade da Bacio di Latte. O ponto é ocupado hoje por uma loja de chocolates Kopenhagen. A Häagen Dazs agora investe na venda de seus produtos dentro de cinco shoppings da cidade (Higienópolis, Morumbi, Iguatemi, Vila Olímpia e Anália Franco).
Zebra Zero
Alameda Lorena
A loja foi uma das várias franquias de frozen yorgut que fecharam as portas ao longo de 2012, depois do boom desse tipo de estabelecimento. Pérola Duprat, tia do proprietário da marca, Renato Duprat, era responsável pela loja que fechou. Segundo ela, era difícil manter uma loja de rua. “Se chovesse, ninguém passava por ali”, afirma. “Além disso, o aluguel era muito caro. No shopping do Itaim, o cinema atrai clientes para o estabelecimento”.