O maior centro de compras da América Latina está completando 150 anos. A Rua 25 de Março ganhou este nome em  homenagem ao dia em que foi redigida a primeira Constituição Brasileira, de 1824, outorgada pelo imperador D. Pedro I.  Ela se chamava antes Rua de Baixo e foi rebatizada em 1865, segundo o livro Mascates e Sacoleiros – Empreendedores que Construíram uma Região (Scortecci Editora), de Lineu Francisco de Oliveira.

A rua começou em uma região de porto (por isso, uma de suas mais importantes travessas recebe o nome de Ladeira Porto Geral), de onde chegavam e partiam mercadorias diversas transportadas pelos rios Tamanduateí e Anhangabaú.  Região marcada por constantes alagamentos, a primeira grande enchente registrada na história da cidade aconteceu ali, em  1º de janeiro de 1850. Um temporal de seis horas alagou 27 casas que ficavam às margens dos dois rios. As rotas tiveram que ser alteradas até que, em 1914, os rios foram canalizados.

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No século 19, imigrantes árabes abriram as primeiras lojas no local. Por causa das grandes enchentes (elas de novo!), muita mercadoria era perdida e o que sobrava tinha que ser vendido a preços baixos. Para evitar prejuízos maiores, os comerciantes passaram a buscar mercadorias mais baratas, fazendo a Rua 25 de Março se transformar num pólo de diversidade e preços baixos.

Cerca de 400 mil pessoas passam diariamente pelos 3.000 estabelecimentos distribuídos em seu 1,3 quilômetro –  e  até 1 milhão perto de datas comemorativas (o mesmo que a lotação completa de 25 jogos na Arena Corinthians).