Em julho, a jornalista Nina Gazire comprou um anel na loja virtual Visou. O e-mail de confirmação chegou rápido, mas o produto, não. Quase dois meses depois do pedido, ela decidiu reclamar diretamente na página da empresa no Facebook. A “loja” não informa nenhuma outra forma de contato no site.  No Facebook, há fotos dos dois donos do negócio: Richard Ferrari e Natasha Souto, do Rio de Janeiro.  Ao contrário de casos em que os analistas de mídias sociais são eficientes na resolução de crises, a história de Nina não terminou tão bem.

Ontem à noite, a jornalista enviou uma mensagem perguntando sobre a encomenda. “Eles disseram que, sem o número do pedido, ficava difícil procurar”, diz Nina. “A discussão começou depois que eu enviei o código e disse que eles não deviam tratar uma cliente desta maneira desrespeitosa.” Desrespeito foi o que veio nas mensagens seguintes. Alguns dos xingamentos, repletos de palavrões, foram registrados em uma captura de tela feita por Nina que está circulando pelo Facebook.

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“Pensei que a página tinha sido hackeada, mas me enganei”, conta a cliente, que recebeu hoje um e-mail cancelando sua encomenda e devolvendo o dinheiro pago. “Não pedi para cancelarem nada, apenas queria que enviassem o que pedi”, diz Nina. Ela pretende acionar o Procon e também processar a loja pelas ofensas cometidas virtualmente.

O caso de Nina não foi o único. A estudante de comunicação Júlia Bondan, de Novo Hamburgo (RS), fez uma compra de cerca de R$ 300 (uma blusa, um colar e um anel) na loja no começo do ano. Três meses depois, ela fez um post na página da Visou no Facebook perguntando a respeito da encomenda. “Eles simplesmente apagaram minha mensagem”, afirma Júlia.

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Depois que enviou um e-mail de reclamação, Júlia também passou a ser vítima da fúria dos donos do site. “Fui chamada de mimada e caloteira, disseram que meu pedido ainda não estava pago”, conta. “Quando enviei o comprovante de pagamento do cartão de crédito, as ofensas continuaram.” Quando disse que ia procurar um advogado, a resposta foi: “Espero que seja uma advogada gata, loira, de peitos grandes”.  Depois de muito bate-boca, a estudante recebeu há cerca de um mês um e-mail avisando que o valor seria estornado. Quando soube do caso de Nina Gazire, Júlia acionou um advogado. “Quero processá-los por danos morais”, afirma.

Até o fechamento desta nota, às 18h15 de 10/9/2012, a Visou optou por ignorar os pedidos de entrevista do Blog do Curiocidade.

Saiba mais: Retratação da loja virtual Visou é plágio

Esclarecimento  (atualizado em 13/09/2012): embora a foto de Tatyele Lopes aparecesse entre as responsáveis pela página da Visou no Facebook, ela afirma que nunca foi sócia da loja virtual. Estava apenas fazendo um favor a uma amiga.  Tatyele enviou a seguinte mensagem para o site www.prejornalismo.com, de Juliny Barreto:
Olá juliny. Vi sua noticia no seu site e peço que retire meu nome, pois eu não sou dona, microempresária e nem sócia da visou. Como amiga da natasha apenas dei apoio com relação a loja e se não me engano ela tinha me colocado como moderadora da comunidade. Nunca respondi os recados dos clientes nem nada, até porque eu trabalho em outra empresa como técnica de segurança.