O nome de Carla Candiotto aparece nos créditos de quatro espetáculos infantis atualmente em cartaz na cidade. Ela assina a adaptação de “Alice no País das Maravilhas” (Teatro Cacilda Becker), “João e o Pé de Feijão” (Sesc Belenzinho) e “A Volta ao Mundo em 80 dias” (Teatro Pátio Higienópolis). Também dirige os atores do Circo Amarillo em “Sem Concerto” (Sesc Ipiranga) e a trupe do Circo Mínimo em “João e o Pé de Feijão”. Sem contar, outros espetáculos esporádicos, como “Os Três Porquinhos”, que será encenada neste domingo (3), no Sesc Santos.
A releitura de clássicos, com pitadas de nonsense, fizeram de Carla Candiotto, 49 anos, uma referência no teatro infantil paulistano. Ela comanda com a amiga Alexandra Golik a companhia Le Plat du Jour, que está comemorando vinte anos de criação. “Temos o humor parecido e nossas referências estéticas combinam”, diz Alexandra. “Nos últimos dez anos não saímos de cartaz”, completa Carla. A companhia tem hoje um elenco de 14 atores. Espetáculos como “Alice no País das Maravilhas”, “Os Três Porquinhos”, “João e Maria”, “Peter e Wendy” e “Chapeuzinho Vermelho “têm apresentações sempre lotadas. As duas calculam já ter levado 30 mil espectadores ao teatro de 1992 para cá.
Filha de um economista e de uma professora de História, Carla tinha a carreira de jogadora de vôlei como uma aposta. Principalmente por causa de seu 1,73 m de altura. Nascida em Jundiaí, a 60 km da capital, ela era atleta federada, jogou no time do São Paulo e defendeu até a Seleção Paulista. Aos 20 anos já era formada em Educação Física pela FIG (Faculdades Integradas de Guarulhos) e decidiu ir à Europa para estudar Inglês. “Descobri em contato com a minha família na Itália que os irmãos do meu avô eram músicos e atores”, conta.
Motivada por sua herança artística, ela fez cursos de teatro na Inglaterra e na França. Chegou a fazer números de mímica e espetáculos de improviso pelas ruas de Londres. Foi como assistente de um antigo professor em Paris que ela conheceu Alexandra e lá elas montaram uma adaptação da peça “As Filhas de Lear”, de William Shakespeare. De volta ao Brasil, as duas continuaram investindo no teatro. Inicialmente em espetáculos para adultos. O quadro “As Siamesas”, que apresentavam no espetáculo “Terça Insana” virou um clássico do humor.
Foram quatro peças adultas em oito anos até o universo infantil aparecer “porque tinha que vir”, afirma Carla. Foi em uma garagem que Carla e Alexandra escreveram “Chapeuzinho Vermelho” – e o texto continua o mesmo até hoje. A atriz conta que a estrutura sólida dos clássicos infantis é perfeita para o desenvolvimento do humor. “Os contos, com reis e princesas, proporcionam a estrutura para o desenvolvimento da comédia”, explica. O filho Inácio, de 8 anos, dá sempre palpites. “Ele me inspira e eu peço o tempo todo a opinião dele”. O marido, o ator Rodrigo Matheus, comanda a já citada companhia Circo Mínimo.
Carla tem poucas experiências televisivas. A primeira foi uma participação no programa “Do-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Simoni”, do SBT, em 1991. Fez também “Mothern”, no canal a cabo GNT. Agora Carla faz parte do elenco do Saturday Night Live, na RedeTV, e diz que o humor televisivo é completamente diferente do feito para teatro: “Na TV é uma situação rápida que faz o humor, diferente do teatro”. Tem mais: Carla já fez parte dos Doutores da Alegria, trupe que visita crianças hospitalizadas, entre 1998 e 2005. Dá aulas de interpretação. O texto integral da peça “Os Três Porquinhos” acaba de sair em forma de livro. Carla Candiotto não se cansa de criar.
Parabéns! Seu trabalho é ótimo! As crianças adoram!
Parabéns! Seu trabalho é ótimo! As crianças adoram!