O primeiro oboé da Osesp, Arcádio Minczuk, está completando 30 anos de carreira na orquestra. Ele começou como assistente de primeiro oboé, uma semana antes de completar 17 anos. É o quinto músico mais antigo da orquestra atual (perde para o trompetista Gilberto Siqueira, a timpanista Elizabeth Del Grande, o trompista Ozéas Arantes e a violinista Lea Sadi). O músico será homenageado pela Osesp com a interpretação do Concertino Para Oboé e Cordas, de Brenno Blauth, com solos de Arcádio. Roberto Minczuk, irmão do oboísta, regerá as apresentações. O programa contará ainda com o O Anel sem Palavras, de Richard Wagner, com arranjo de Lorin Maazel. As apresentações ainda vão render um CD, que será distribuído gratuitamente ao público. O Blog do Curiocidade conversou com Arcádio:
Nesses 30 anos, quais foram o melhor e o pior momentos vividos na Osesp?
O pior foi ver a decadência da orquestra entre 1990 e 1996. Não tínhamos espaço, ensaiávamos em restaurantes. Não tinha sequer cadeira para todos. Os músicos bons saíam. Os que ficavam não eram disciplinados. Fomos abandonados pelo governo. Senti vontade de largar tudo, tive oportunidade de ir para outras orquestras. Mas eu sempre fui briguento, meio revolucionário. Resolvi usar meus ideais da juventude e valeu a pena. A Osesp passou por uma grande reestruturação. E esse foi o melhor momento – quando a orquestra tocou na inauguração da Sala São Paulo. Foi uma felicidade enorme. Hoje, a gente tem uma estrutura incrível e uma ótima programação. O cenário da música clássica no país inteiro mudou por causa da Osesp. Tenho bastante orgulho disso.
Os músicos novatos o tratam de forma diferente por você estar há tanto tempo na orquestra?
Além de ser um dos mais velhos, eu sou o primeiro oboé. É um cargo de chefia, por isso a posição de liderança é natural. Sem dúvida, existe um pouco de respeito por causa da idade e do cargo que ocupo. Mas também porque fui líder dos músicos na época da reestruturação da Osesp, em 1996. Eu representava todos eles.
Você começou a tocar oboé aos 11 anos. Antes tocava bombardino. Foi seu pai quem o obrigou a trocar de instrumento. Em entrevistas anteriores, você disse que demorou três anos para começar a gostar do oboé. Está bravo com seu pai ainda hoje?
O oboé foi uma escolha do meu pai. E uma escolha muito boa. Naquela época era muito difícil, eu não tinha acesso a bons instrumentos. Mas o oboé, depois que você consegue dominá-lo, é muito bonito, tem um som incrível. Não é à toa que muitos compositores o escolhem como protagonista. Ele é solista em praticamente todas as obras sinfônicas. Hoje, não tenho mais tempo para o bombardino. Realmente meu pai tinha uma visão de futuro bem melhor que a minha.
O regente será Roberto Minczuk, seu irmão. Há outros familiares na orquestra?
O Roberto foi regente da Osesp entre 1997 e 2005. Hoje, ele é da OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira) e da Orquestra Filarmônica de Calgary. Tenho mais dois irmãos na Osesp. A Cristiane, que é coralista, e o Eduardo, trompista. De todos, eu sou o mais velho. Mas temos que seguir o protocolo. Na hora dos ensaios, por exemplo, tenho que tratá-lo como senhor.
Serviço:
Concertino Para Oboé e Cordas, de Brenno Blauth, e O Anel sem Palavras, de Wagner.
R$ 15 – 28, 29 e 30 de julho
Sala São Paulo: Praça Julio Prestes, 16; (11) 3223 3966
(Com colaboração de Karina Trevizan e fotos de Alessandra Fratus)
Proponho um boicote aos concertos do minczuk. Platéia culta, Sala vazia!!
Familia que trabalha unida permanece unida, que o lindo e maravilhoso minczuck fique na osesp. Só asim teremos paz e dignidade para trabalhar no Rio de janeiro, cidade linda e maravilhosa que não precisa deste tipo de maestro.
Parabéns a OSESP por homenagear um músico com 30 anos de serviços prestados. Aqui na OSB com 30 anos o músico recebe um pé-na-bunda. Um absurdo o que o irmão do Arcádio está fazendo com a OSB.
Parabéns, Arcádio!
Você como oboísta merece todas as comemorações e homenagens. A OSESP sabendo reconhecer o tesouro que é a dedicação e o compromisso de seus músicos cresce em estatura institucional e passa a ser reconhecida como um organismo que valoriza seus parceiros.
Infelizmente, eu não poderei comemorar os meus trinta anos de serviços a OSB. Quase chegando lá fui atropelado por um processo que me roubou este sonho e arrancou da minha vida a orquestra a qual dediquei ótimos vinte e três anos!
Não me arrependo de nenhum dia que contribui para ela, só lamento que como a OSESP ela não saiba reconhecer o tesouro que possuía e tenho jogado fora tantos músicos dedicados e obstinados .
Um forte abraço e todas as honras para o músico que você é. Infelizmente, só posso mandar este abraço para você!
Entendo a situaçao dos músicos da OSB e tambem acho uma pilantragem o que estao fazendo, mas o espaço aqui nao é pra isso. O Arcádio nao é o Roberto pessoal! Parabens pela conquista Arcádio!
Parabéns Arcádio
Lamentavelmente voce é irmão da pessoa que está tentando arrasar com a cultura musical brasileira.
Infelizmente voce foi incluído no rol dos músicos ofendidos por seu irmão, quando ele afirmou que aqui não existem músicos de qualidade, que não existem professores e nem ensino musical de qualidade.
Apesar de seu próprio irmão te menosprezar, nós, músicos brasileiros e orgulhosos de seus pares, te parabenizam pela brilhante carreira.
Tenho certeza de que seus alunos tambem estão orgulhosos pelo professor que têm.
Me perdoe por envolver a família nesta sua homenagem, merecida, mas não tem como disassociar este sobrenome, que se tornou motivo de repúdio para os artistas e para a sociedade.
Parabéns pela brilhante carreira.
Acho lamentável usar o espaço de homenagem do Musicista para atacar o seu irmão. Está sendo aqui tratado os 30 anos prestado a musica, a cidade e ao publico que usufrui deste espaço de conquista da plateia paulistana.
Acredito que manifestações para o Arcádio deveriam sim vir neste espaço, não do Roberto.
Mesmo porque são musicistas distintos, com personalidades e habilidades musicais totalmente distintas.
Parabéns ao Arcádio pelo trabalho incansável desenvolvido junto ao Estado de São Paulo através da Orquestra.
Homenagem em vida, é previlégio de poucos, que Deus o abençoe e continue capacitando dando-lhe sempre o espaço merecido e conquistado com sua disciplina.