Já ouviu dizer que a “curiosidade matou o gato”? Na Pinacoteca do Estado de São Paulo, o gato é que está matando a curiosidade de muita gente. É um gato que está revelando segredos de uma nova exposição que tomará o segundo andar do edifício no Jardim da Luz. Sem novidades há cerca de doze anos, o piso da exposição de longa duração do acervo foi fechado em novembro de 2010 para reformulação. A reabertura acontece daqui a 12 dias, mas já dá para ver um pouquinho do que vem por aí usando os olhos de um felino.
Um gato-robô começou a circular hoje pelos corredores do segundo andar, e qualquer um pode controlá-lo usando um aplicativo na página da Pinacoteca no Facebook. Usando cliques do mouse, pode-se movimentar o androide de 60cm de altura e acompanhar a ação dos trabalhadores por uma câmera. Dá para perceber também obras embrulhadas em plástico-bolha.
É possível controlar o bichano por 3 minutos no máximo. Se houver fila de espera, o internauta assiste à tentativa de outros curiosos em controlar os olhos do animal. Ele funcionará todos os dias somente das 14h às 17h, até a exposição Arte no Brasil – uma história na Pinacoteca de São Paulo estrear, no próximo dia 15.
Isto tudo faz parte da campanha “Aos Curiosos”, criada pela agência de publicidade F/Nazca para a Pinacoteca. Para mostrar que somos curiosos como os gatos, foi produzido um vídeo, em francês, veiculado em canais fechados de televisão e em cinemas. “Fazemos ações com a F/Nazca desde 2009, mas esta é a mais completa”, diz Camila Sampaio, coordenadora de comunicação do museu. Ao longo deste ano, adesivos de pegadas de gato foram espalhados pelo chão da Pinoteca. Eles levavam os visitantes até um periscópio, que apontava para a frase: “Quais obras estarão na nova exposição de longa duração da Pinacoteca?”.
Pois bem, estou curioso: quantas obras estarão na nova exposição? De acordo com Camila Sampaio, o número atrações foi reduzido: das 9 mil obras que tem no acervo, a Pinacoteca usava cerca de 800 na última exposição. “Agora, teremos cerca de 600 obras”, diz ela. “Manteremos algumas que foram usadas no momento anterior, como pinturas de Almeida Junior”.
O diretor de criação da F/Nazca, Eduardo Lima, dá mais detalhes sobre o desenvolvimento do gato-robô:
Quem construiu a mascote?
Depois que tivemos a ideia, corremos atrás de colaboradores que pudessem elaborar cada parte do gato. Enquanto o Atelier Casa do Trem confeccionou a estrutura, em fibra de vidro, tivemos a programação feita pela Plankton Digital. Foi preciso instalar uma rede de internet sem fio no segundo andar da Pinacoteca apenas para o projeto.
Esse gato “dorme” à noite?
Durante o dia, temos uma equipe observando o comportamento do gato para verificar quaisquer problemas. Como a máquina funciona à base de bateria, é preciso colocá-la para recarregar durante a noite.
Quem trabalha no local não estranha a movimentação do gato?
No primeiro dia em que testávamos o projeto, duas faxineiras viram o robô se movimentando sozinho e se assustaram. No geral, não há problemas, já que o andar é restrito aos trabalhadores, que já foram avisados da circulação do objeto durante este período.
(com colaboração de Miriam Castro)