Marcita Amores, uma das proprietárias da loja À Dor Amores, desenha e fabrica peças íntimas artesanais. Em meio à Galeria Ouro Velho, na Rua Augusta, estão dispostas a calcinhas de cintura alta, sutiãs ao estilo da década de 1950 e meias-calças diferenciadas.
A grife foi batizada com um sobrenome trazido do exterior pelo pai de Marcita, o argentino Marco Amores Ferrari. Ele fazia uma viagem de carro à Venezuela e atravessou o Pará. Lá, no Carnaval, conheceu Margarida. “Nunca mais se largaram”, conta Márcia Margarita, a Marcita, primeira criança do casamento. Por sinal, todas a filhas ganharam o mesmo nome: Márcia Verônica, a Verônica, e Márcia Camila, a Camila.
Marcita cresceu no ateliê da mãe, que é modista. Sempre pôde mexer nas máquinas e nos tecidos. Aos 13 anos, fez sua primeira calcinha. Não percebeu que já era estilista até suas amigas, que cursavam a faculdade de Moda, a procurarem para tirar dúvidas sobre design. “Reparei que era a única coisa que eu sabia fazer”, confessa. “É algo natural”.
Quando a marca foi criada, em 2002, a família procurou costureiras para concretizar suas ideias de “uma marca de lingerie para que as mulheres se sintam rainhas”, mas não encontrou nenhuma que se adequasse. Assim, as peças são costuradas pelas próprias donas. Marcita, Verônica e Margarida produzem em média 100 peças por mês.
Alguns dos modelos são produzidos ininterruptamente desde que a À Dor Amores começou, como a calcinha fetiche – com amarrações laterais, R$ 75,00 – e a calcinha diva – de cintura alta, R$ 150,00. Outras peças são incorporadas sem datas pré-estabelecidas. “Não gostamos da ideia de ter que criar por temporada”, diz Marcita. “Criamos quando achamos que devemos usar algo novo”.
Elas também fazem modelitos sob encomenda. Os principais pedidos são de clientes mais cheinhas, que não encontram tamanhos adequados na loja. Também há mulheres que procuram a loja na Rua Augusta para pedir uma roupa íntima exclusiva, mas nem adianta entregar croquis prontos para Marcita: “Somos estilistas, não fazemos nada com desenhos alheios”. A cliente deve contar o que quer e deixar que a família Amores desenvolva a solução.
À Dor Amores
R. Augusta, 1.371, Galeria Ouro Velho, loja 111, 3266-7964
(Com colaboração de Míriam Castro)