O município na região do Vale do Paraíba, em São Paulo, se chama Aparecida, mas teimamos em chamá-lo de Aparecida do Norte. O apelido vem de 1877, quando foi inaugurada a Estrada de Ferro do Norte (posteriormente chamada de Estrada de Ferro Central do Brasil). Segundo a Secretária Municipal de Turismo, Regina Amaral, os paulistanos pegavam uma linha de trem que saía do Brás, na região central da cidade, em direção ao Norte e Nordeste, para chegar a Aparecida. Muitos passaram, então, a se referir à cidade como “Aparecida do Norte”. Ela conta que os moradores de Aparecida aceitam o apelido, apesar de saberem que este não é o nome oficial da cidade. “Faria mais sentido chamá-la de Aparecida do Sul, devido à proximidade do Rio Paraíba do Sul”, sugere a secretária.

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Em 12 de outubro de 1717, os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves foram encarregados de garantir o almoço do Conde de Assumar, então governador da província de São Paulo, que visitava a vila de Guaratinguetá. Os três lançavam as redes no rio Itaguaçu (hoje rio Paraíba), sem muito sucesso. De repente, recolheram uma peça, em barro cozido, de 36 centímetros de altura. Na segunda tentativa, apareceu a cabeça. Era a imagem de uma santa. Depois disso, dizem que os peixes começaram a aparecer em grande quantidade.

Durante 15 anos, Pedroso ficou com a imagem em sua casa, onde recebia vários peregrinos para rezas e novenas. Mais tarde, a família construiu um oratório para a santa. Em 1743, o vigário de Guaratinguetá, José Alves, iniciou a construção de uma capela no alto do Morro dos Coqueiros. A primeira missa foi celebrada em 26 de julho de 1745. Em torno da capela, surgiu a cidade de Aparecida.