Hoje é aniversário do brasão de armas de São Paulo. Ele foi adotado em 29 de agosto de 1932, em plena Revolução Constitucionalista. Na época, São Paulo era o único Estado da Federação que ainda não tinha um brasão oficial. A arte, criada pelo pintor Wasth Rodrigues, é uma adaptação do emblema que ele mesmo tinha feito para a Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo, que incentivava os paulistas a doarem joias de valor para financiar a revolução.
Segundo Lauro Ribeiro Escobar, maior especialista no estudo e na confecção de brasões do país, o brasão de um Estado tem de ser composto por elementos históricos ou geográficos que o identifiquem. “É imprescindível que não haja uma massa de informações”, alerta, defendendo a máxima “menos é mais”. Para o especialista, o brasão de armas de São Paulo cumpre bem esse objetivo. O desenho traz uma espada sobre o cruzamento de um ramo de louro à direita e um de carvalho à esquerda, além de uma estrela e as iniciais SP, tudo em prata. A espada representa, além da Revolução de 32, o apóstolo romano Paulo, que batiza o Estado, e a figura de Amador Bueno, um dos mais ativos bandeirantes do século 17. A estrela é uma referência à constelação do Cruzeiro do Sul, e coloca São Paulo como um Estado da Federação. Na base, está gravada a inscrição “Pro Brasilia fiant eximia”, que significa “Pelo Brasil façam-se grandes coisas”.
“Para o governo, São Paulo lutava pelo Brasil e não pelo Estado”, esclarece Lauro Ribeiro Escobar, justificando a frase utilizada para compor a arte do brasão. A ideia original de Wasth Rodrigues até era exaltar São Paulo (Pro São Paulo fiant eximia), mas o governador Pedro de Toledo, ao assinar o decreto que oficializou o brasão, mandou adaptar a mensagem. “É curioso como São Paulo sempre teve essa força nacionalista”, analisa Escobar. “A bandeira do Estado tem o mapa do Brasil e sua principal medalha exalta Ipiranga, local de nascimento do País”.
O brasão das armas de São Paulo foi usado oficialmente até 1937, quando Getúlio Vargas mandou substituir todos os símbolos estaduais pelos nacionais. Depois da era Vargas, em 1946, o brasão recuperou seu valor simbólico. A escultura original, feita por Luiz Morrone, está instalada no Salão de Despachos do Palácio dos Bandeirantes desde 12 de março de 1987.
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