Em 10 de março de 1880, foi fundado o Corpo de Bombeiros de São Paulo. A Seção de Bombeiros era composta por 20 praças, comandados pelo tenente José Severino Gomes. Ficava na sede da Companhia de Urbanos da capital, localizada na antiga Rua do Quartel, no centro da cidade. Foi autorizada uma abertura de crédito de 20 contos de réis, para a aquisição de maquinismo (bombas d’água, pipas e mangueiras) e contratação do pessoal. Uma bomba capaz de projetar água ao telhado de um prédio de dois andares foi doada pelo Governo Imperial. Determinou-se que os avisos de incêndio seriam dados pelos sinos das igrejas locais.
Se a cidade de São Paulo já existia desde 1554, como se combatia o fogo até então? Seguia-se o seguinte procedimento: mulheres, homens e crianças formavam uma fila que ia do poço mais próximo até o local do incêndio em questão. Passavam-se, então, baldes d’água de mão em mão, que eram usados para apagar o fogo. Da data da fundação da cidade até a fundação do corpo de bombeiros, só haviam sido registrados cinco incêndios de grande magnitude: um em 1850, na antiga Rua do Rosário, apagado com uma bomba manual emprestada pelo francês Marcelino Gerard; outro em 1861, em uma livraria na Rua do Carmo; o terceiro em 1863, em uma loja de ferragens na Rua do Comércio; um em 1870, quando um barril de pólvora explodiu no centro da cidade, e o último em 1880, na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, que foi o estopim para a fundação do Corpo de Bombeiros de São Paulo.