Wlamir Marques, bicampeão mundial de basquete em 1959 e 63, completou 76 anos ontem. A carreira vitoriosa do jogador foi registrada no livro “Wlamir Marques – O diabo loiro”, escrito pelo jornalista Auri Malveira, lançado também na noite de ontem na Livraria Cultura, do Shopping Bourbon, em São Paulo. No meio da comemoração na livraria, que teve até bolo, Wlamir foi surpreendido por um presente muito especial.
O ex-jogador de basquete Laerte Zan, 59 anos, entregou a Wlamir a camisa número 5 usada pelo craque na decisão do terceiro lugar das Olimpíadas de Tóquio, em 1964. A vitória de 76 a 60 contra Porto Rico garantiu a segunda medalha olímpica ao basquete brasileiro (Wlamir também fazia parte da equipe que conquistou o bronze nos Jogos de 1960, em Roma). “Esta camisa é sua!”, disse Laerte, ao abraçar seu ex-técnico no time do Corinthians. Laerte chegou a defender a Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano Juvenil de 1972, no Chile (o Brasil ficou em segundo lugar).
Como é que a camisa histórica de Wlamir foi parar nas mãos de Laerte? Os bailes de Carnaval do Corinthians na década de 1960 eram muito concorridos e Wlamir tinha o seu próprio bloco. Em 1966, Wlamir fez o chamado “esquenta” em sua casa, na rua Antônio Macedo, no Tatuapé, a poucas quadras do clube. Como a casa iria passar por uma reforma, o jogador distribuiu canetas para que todos rabiscassem as paredes. O próprio Wlamir escreveu uma mensagem em homenagem ao juvenil: “Laerte, espero que você tenha o mesmo sucesso que eu tive”. E, já embalado pelo álcool, deu de presente a camisa para o garoto, que a guardou por todos esses anos feito um troféu. “Há alguns anos, tentei um contato com o Wlamir pelo Orkut, mas não tive sucesso”, contou Laerte. “Recentemente, consegui trocar mensagens com ele pelo Facebook e descobri que ele não tinha mais nenhuma camisa da época de jogador. Quando soube do lançamento do livro, fiz questão de vir aqui devolver essa relíquia”.