A Antonina é uma ruazinha de apenas duas quadras que fica no bairro do Sumaré, zona oeste de São Paulo, bem pertinho da Igreja Nossa Senhora de Fátima. O trecho que fica entre a Doutor Arnaldo e a Rua Duartina é seguramente o quarteirão mais vigiado da cidade. Em seus 250 metros de extensão, a Antonina conta com um sistema de vigilância de intimidar qualquer visitante. São cinco pequenos postes, cada um com duas câmeras de segurança, ao longo da rua. Isso sem contar as câmeras que ficam nas fachadas de algumas residências. Duas guaritas e avisos nas portas das residências (“Essa rua é vigiada 24 horas por dia pelos moradores. Qualquer atitude suspeita será avisada à polícia”) completam o esquema para afastar criminosos do local.
A iniciativa partiu do grupo de moradores da rua. Mas é difícil falar com eles sobre esse assunto. Foi feita uma “vaquinha” para comprar as câmeras e montar todo o sistema de monitoramento. A estrutura foi instalada há cerca de dois meses. Quatro moradores se revezam na função de vigia. Um deles, que prefere ser identificado apenas como “José” por questão de segurança, conta por que foi montado tamanho aparato: “Tivemos pelo menos quatro assaltos a residências durante o dia. Andar na rua depois das 10 horas da noite também é complicado. Ainda não dá pra dizer que o problema acabou graças à vigilância porque os ladrões são assim: de vez em quando vão embora, depois voltam”.
Apesar de contar com toda essa estrutura, os moradores da Antonina não abandonam os métodos mais tradicionais, como as câmeras internas, os muros altos e as cercas elétricas. Frentista em um posto de gasolina a duas quadras da rua mais vigiada de São Paulo, Gledyson Lopes confirma que não faltam motivos para preocupação: “Por aqui tem muito assalto. Quase todas as ruas já sofreram com isso”, afirma. Já Ana Xavier, moradora da região, acha que há um certo exagero: “Moro aqui perto e não sei de tantos casos de assalto assim”, conta ela.
De fato, nas ruas adjacentes a preocupação com a violência parece ser bem menor. Algumas casas e prédios até possuem câmeras ou cercas, mas nada que se compare à vigilância total da rua vizinha. Apesar de creditar aos moradores da Antonina a iniciativa de instalar o sistema de segurança, a Associação dos Moradores e Amigos do Sumaré (Somasu) revelou ao blog que pretende seguir o modelo da Antonina em outros logadouros da região: “Há uma comissão de segurança estudando medidas equivalentes para monitoramento das ruas e das casas do bairro”, esclarece a associação.