Depois de uma temporada de quase 70 dias sem um pingo de chuva, os paulistanos finalmente se lembraram por que São Paulo é a “terra da garoa”. De segunda-feira (12) até hoje, a cidade contabilizou 36,4 mm de chuva. Só na própria segunda-feira, foram 33,4 mm. As zonas Sul e Oeste foram as mais atingidas. No bairro de Pinheiros, por exemplo, choveu 28,5 mm. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo, o valor está dentro da média: para este mês, são esperados 145,8 mm de chuva. Estamos na metade de novembro e, até hoje, choveu 64,5 mm.
Apesar de, tecnicamente, as chuvas da semana não terem fugido do normal, não se pode dizer que elas não abalaram a rotina da cidade. Na caótica 2ª-feira, O CGE registrou 49 pontos de alagamento pela cidade, e decretou estado de atenção. Às 10 horas da manhã, foi registrado o segundo maior congestionamento do ano em São Paulo – 245 km de lentidão. O índice só perdeu para a manhã do dia 23 de maio, uma quarta-feira de greve dos metroviários, quando foram registrados 249 km de trânsito lento.
Mas, até nesses momentos críticos, há quem saia lucrando. A loja de guarda-chuvas mais tradicional de São Paulo, a Oliveira, no centro da cidade, aumentou suas vendas em mais de 1.000%. “Esta semana, a situação da loja mudou da água para o vinho”, comemora Jorge Oliveira Neto, dono da loja sexagenária. “Passamos de 10 para 120 guarda-chuvas vendidos em um dia”.
No setor de Achados e Perdidos do Metrô de São Paulo, o número de guarda-chuvas encontrados também aumentou. A assessoria de imprensa do órgão ainda não tem dados concretos contabilizados, mas garante que, em dias de chuva e nos meses mais quentes, a presença desses acessórios nas prateleiras do depósito aumenta consideravelmente. E os paulistanos parecem não se preocupar em comprar guarda-chuvas novos na próxima ocasião: apenas 17% dos que perdem o acessório voltam ao metrô para recuperá-lo.
Os usuários de ônibus talvez sejam mais cuidadosos: o Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos de São Paulo informou que nenhum guarda-chuva foi encontrado dentro dos ônibus paulistanos nos últimos dois dias (apesar de eles terem recebido ligações de usuários atrás de seus guarda-chuvas perdidos). O item, tanto no Achados e Perdidos do metrô quanto no das garagens de ônibus urbanos, está longe de figurar entre os objetos mais esquecidos. O item representa apenas 2% desse total. Antes dele, vêm celulares, livros, artigos de papelaria, bilhetes, peças de roupa, carteiras e documentos.