Ao patrocinar um time de futebol ou uma escola de samba, as empresas costumam medir o sucesso do investimento pelo número de vezes que sua marca é exposta em jornais, revistas, sites e emissoras de TV. Há até assessorias contratadas para fazer a contagem dessas aparições. Aí os patrocinadores contabilizam quanto custaria para pagar pelo mesmo espaço. Portanto, quanto mais aparecer a marca, melhor. Pois a Transitions foi a marca que mais apareceu no episódio da apuração dos votos na tarde de ontem no Sambódromo. Mas a empresa só tinha motivos para lamentar.
“Na ótica do meu Império, o foco é você!” – binóculos, lentes, toda tecnologia que ajuda a melhorar a visão foi o enredo da Império de Casa Verde no Carnaval 2012 patrocinado pela empresa de lentes para óculos. Faltava o anúncio das notas de apenas dois jurados no quesito Comissão de Frente, o último de todos. Naquele instante, o palanque foi invadido por Tiago Ciro Tadeu Faria, que se apresentou como diretor da Império de Casa Verde (para evitar uma punição, a escola nega que ele seja diretor, embora o invasor tivesse acompanhado toda a apuração na mesa reservada à diretoria). Alucinado, Tiago arrancou o envelope das mãos do apresentador do evento, rasgou-o, jogou tudo num banheiro químico e fugiu. Filmado fazendo isso e, depois, quando foi levado por uma viatura da polícia, Faria usava uma camiseta da escola que tinha bem visível a marca Transitions. A lamentável cena foi repetida centenas de vezes e estampou as manchetes dos jornais de hoje.
Foi a primeira vez que a Transitions patrocinou uma escola de samba – e, pelo visto, a última também. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, o objetivo era alertar a população para a necessidade de uma visão saudável e homenagear os profissionais do mercado óptico. Para isso, foram prestadas ações sociais na comunidade da Casa Verde, como exames oftalmológicos e distribuição de óculos gratuitamente. Em pronunciamento oficial, a Transitions Optical lamentou a confusão da tarde de ontem: “Tal fato nada tem a ver com o patrocínio e seus objetivos. Esperamos que o Carnaval da cidade seja novamente a celebração de uma festa popular”. Ponto final.
Com a invasão, integrantes de outras escolas começaram a se exaltar e tomaram parte na confusão. Torcedores da Gaviões da Fiel foram acusados de, na saída do sambódromo, incendiar um carro alegórico da Pérola Negra. Caue Santos Pereira, integrante da torcida organizada, foi preso. As camisas da Gaviões, cujo enredo homenageava o ex-presidente Lula, não tinham marcas de patrocinadores.
Outra escola que teve membros na confusão foi a Vai-Vai. Campeã no ano passado, a escola do Bixiga ficou com o terceiro lugar na competição. Entre os invasores da área reservada para a leitura da nota dos jurados, havia pessoas com camisas da Vai-Vai, que teve o enredo deste ano, “Mulheres que Brilham”, patrocinado pela Bombril. O diretor de marketing da empresa, Marcos Scaldelai, disse que lamenta o tumulto de ontem: “É muito triste o que aconteceu”, afirma. “Mas nada abalará o trabalho de quem luta pelo crescimento do Carnaval de São Paulo. Estamos muito felizes com a parceria com a Vai-Vai e todos os resultados”.
(Com reportagem de Míriam Castro)
Acho que as patrocinadoras que se sentiram lesadas com o acontecimento, deveriam entrar com um processo de danos morais, pois ficaram expostas a uma selvageria e que pode afetar as vendas; vocês gostariam de ter uma marca exposta numa selvageria como ocorreu no Sambódromo?
Penso o contrário de vc, embora as cenas sejam lamentáveis, nunca uma empresa apareceu tanto na mídia quanto essa “Transitions”, acho que ela devia pagar um extra pra esse tal de Tiago.
A exposição na mídia pode ser positiva ou negativa. No caso, as marcas expostas tiveram sua imagem associadas a vandalismo e maracutaia. Não é simplesmente porque é exposta que uma marca sai ganhando, porque se assim fosse Gerson não teria se “queimado” com seu “leve vantagem você também” e as empresas continuariam se utilizando dele, um excelente jogador que acabou no esquecimento das empresas.
Campo, entendo que vc ache que o Tiago deva receber um extra, aliás eu acho que recebeu, não da Transitions, mas do(s) mandante(s). Entendo pq vc não deve ser o dono do dinheiro do patrocínio e com o dinheiro dos outros tudo vale, né?
Que o cenário foi vergonhoso parece redundante. Entretanto são evidentes os participantes de toda tragédia, creio que seja fácil identificar os individuos. O estaria fazendo naquela área o torcedor Tiago Ciro Tadeu Faria não sendo da diretoria de nenhuma escloa? E os incêndios, foram proprcionados pelo pessoal ligado ao Salgueiro ?
As escolas de samba de São Paulo devem entender e melhor orientar seus membros, sejam diretores ou não, que por trás do samba, existem empresas sérias que patrocinam e viabilizam ações para a escola e comunidade.
Espero que o epsódio traga sim profissionalismo ao carnaval paulista, já que mais de 20 milhões da prefeitura foram investidos no evento.
Lamentável! Todo mundo sabia que torcida de futebol não tem que ter escola de samba! Deu no que deu! Agora é cancelar todos os patrocínios, inclusive de dinheiro público e ver no que dá! Torcedor de futebol não é sambista, é quadrilha!
Que coisa feia forjar resultados. Só pessoas desqualificadas que usam estas ações. Bandidagem da pior classificação. A Prefeitura tinha que sair de imediato deste meio, visto que dentro dos seus corredores já existem pessoas deste nível, e nós paulistanos estamos cansados de ver este nível de conduta tão deplorável.
Ter sua marca aparecendo milhares de vezes na TV, no meio de uma cena dessas
é como fixar um outdoor de sua empresa bem em cima de um lixão.
Na hora em que vc está passando por alí, começa a sentir aquele cheiro…
aquele visual “bonito”…
e pimba! Sua marca ali naquele meio, entrando em sua memória junto com todo aquele lixo.
Exposição não é tudo.
Exposição dentro de um contexto ruim pode ser sinônimo de prejuízo.
Perfeita atitude da empresa em lamentar o ocorrido.
Eu não comprarei mais nada destas marcas que patrocionam estas picaretagens. Nós estamos lutando para consolidar a democracia em nosso país, caminhamos lutando para acabar com a impunidade, depois de muita luta vimos aprovar o ficha limpa, não podemos aceitar que marginais e amadores sem compromissos fiquem transformando manifestação dessa sociedade em braço de bandidagem.
É o risco, mas a diretoria da escola de samba, tem que ter componentes ou membros – quem patrocina tem como apurar, com ficha limpa – mais ainda na área judiciária!
Isso que dá querer patrocinar uma coisa tão marginal como o tal carnaval. Todo mundo sabe que esse troço tá cheio de mafiosos e bandidos envolvidos, mas a hipocrisia e o politicamente correto (ajudar a “cumunidadi’) faz com que as empresas metam os pés pelas mãos. O Carnaval deixou de ser do povo a muito tempo, é só ver que é usado até como campanha política pra vigarista tentar eleger outro malandro em SP, mafioso lavar dinheiro e político lavar dinheiro público….ACORDA POVO TONTO!
Essa baderna toda não ajuda em nada o Brasil crescer. Brasil, país da baderna e da impunidade.
Vou dizer o que todo mundo já sabe…..o comando dessas escolas são redutos de traficantes, gente da pior qualidade…..isso todo mundo sabe….o povo, a globo, a polícia, a prefeitura, o exército da salvação, o grupo de escoteiros e o mosteiro de são bento…..isso um dia iria acontecer porque ninguém faz nada…..todo mundo tem culpa nisso…..o povo, a polícia, o exércita da salvação, o grupo de escoteiros, a globo e o mosteiro de são bento também……quem quiser saber como é que a coisa funciona, que deem uma lida num artigo que saiu ontem no jornal o globo (a globo mais uma vêz no olho do furacão) que diz que o carnaval do rio não pode viver sem os contraventores……dá uma lida antes de vir meter o pau no que escrevo aquí……