Aberta em 2010, a rede de fabricação de massas artesanais Pastifício Primo encontrou um jeito diferente de encarar a crise: expandir os negócios. Ao final de mais um ano de recessão, a ousada rotisseria inaugurou no último dia 8 uma nova loja nos Jardins. “Diminuímos investimentos e publicidade, mas então percebemos que tínhamos que dar uma resposta”, afirma Ivan Bornes, o criador da marca. “Preferimos encarar a crise com mais trabalho”.
Apesar de as vendas terem caído em relação aos últimos anos, o perfil da Primo contribuiu para que o impacto fosse menor: “Temos um tipo de serviço que pode ser consumido em casa”, diz Ivan. “Muitas pessoas estão trocando jantares em restaurantes por um bom jantar em casa”. De início, o projeto do novo local seria na região da Vila Mariana, mas o ponto na Alameda Tietê surgiu como um presente: espaço grande, preço acessível e uma clientela local que já conhece a marca. “Os clientes dos Jardins sempre me perguntavam quando eu iria para lá. Eu respondia: ‘nunca!’. Achava que não poderia competir com as grifes e butiques da região”, recorda.
A Pastifício Primo tem, com esta, quatro unidades na capital paulista (as outras estão em Pinheiros, que foi a primeira; em Higienópolis; e na Pompéia), além de um galpão com 1.500 metros quadrados no bairro do Jaguaré, na zona Oeste, onde está armazenado o estoque e onde são resolvidas questões burocráticas. Desde então, as lojas da rede são responsáveis pela produção das massas, enquanto os ingredientes, alguns importados com exclusividade da Itália, são armazenados nesta central. A Pastifício Primo conta ainda com outras quatro unidades espalhadas pelo país: uma no interior de São Paulo, em Sorocaba, e outras três nas capitais Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador, todas no sistema de franquias.
São Paulo para Curiosos contou a história de Ivan Bornes, fundador da Pastifício Primo
Um outro passo ousado da Pastifício Primo foi a criação de um sistema de e-commerce, ou seja, de venda online dos produtos. Os clientes paulistanos, por enquanto, são os únicos que podem receber todo o cardápio da casa através do sistema de delivery. Quem é de fora de São Paulo só poderá comprar – por enquanto – as massas secas, que não têm necessidade de refrigeração.
Ponderar, aliás, é a palavra que caminha ao lado da ousadia do seu empreendimento: “É preciso aprender a perder. Se tentamos algo e não dá certo, é preciso parar. Demorei muito para aceitar que precisava fechar a loja de Moema, que não deu certo. Tive que lamber a ferida. Você abre uma, dá certo. Abre duas, dá certo. Abre a terceira, dá errado. É difícil, mas tem que entender que no dia seguinte tem outro jogo”, acredita o empresário.