O Pastifício Primo, rotisseria de enorme sucesso na cidade, abriu na surdina seu primeiro restaurante há duas semanas. Na verdade, o chef Ivan Schiappacasse (que já foi perfilado pelo “São Paulo para Curiosos” em 2014) faz questão de dizer que o novo Massa na Rua não é um restaurante, mas é. É minúsculo, despretensioso, mas é um restaurante. Fica na Peixoto Gomide, entre a Augusta e a Frei Caneca. Fui almoçar lá ontem. Antes de contar como foi a minha experiência, melhor deixar o Ivan explicar como funciona o estabelecimento. Agora o Primo soma 10 endereços espalhados pelo Brasil. Este é o quinto em São Paulo, o primeiro com mesinhas para os clientes. Reproduzo a mensagem que o Ivan me enviou no sábado de manhã:

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A fachada do primeiro restaurante do Pastifício Primo, na Peixoto Gomide, inaugurado na surdina há duas semanas

“Olá, Marcelo, bom dia!

Te conto que abrimos um novo ponto de comida em SP. Novo não apenas por que abriu faz um par de semanas, mas principalmente por que servimos massas por um preço superjusto e com nossa teimosia em manter qualidade, serviço eficiente e sem frescura. Desgourmetizando total desde sempre!

É um filhote do Primo, que começou com o projeto “Massa na Rua”, onde as pessoas comem de pé ou em banquinhos improvisados na calçada da loja de Pinheiros. Depois a ideia se espalhou por todos os Primos. Mas as pessoas queriam mais. Queriam sábado e domingo, queriam jantar, queriam banheiros…

Então acreditamos no nosso cliente e abrimos o novo Massa na Rua, sempre com embalagens descartáves e biodegradáveis (o que economiza em garçom, lavagem de louça, água, etc). A galera adora a idéia, pois temos massa + molho + parmesão + fatia de pão a partir de R$ 9,99. As massas lisas são feitas ali na hora, na frente do cliente. Encomendamos uma máquina de massa em miniatura para fazer penne, espagheti, parafuso. As massas recheadas vêm da unidade de Pinheiros todos os dias.

O atendimento é simples. Paga primeiro e depois é chamado pelo nome. Estamos usando a expressão um pouco ambiciosa de “Starbucks da Massa”.

A loja também é pequenina, com 25 m², uma garagem basicamente.  Fizemos um projetinho de marcenaria que nos deu muito orgulho. E temos wifi liberado e ar condicionado bom. A galera pode ir estudar, conferir os e-mails, carregar os celulares (tem tomadas em todo lugar).

A Peixoto Gomide é um dos últimos pontos de anarquia e putaria da cidade, bem selvagem nas madrugadas. Mas é ali mesmo, nessa mistura de tribos, que está sendo preparada a vanguarda cultural de amanhã. Há planos para ficarmos abertos nas madrugadas de sexta e sábado. A gente está adorando estar ali.”

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“Starbucks das Massas”: o cliente escolhe a massa e o molho no caixa e espera ser chamado

O que faltou dizer? Sou vizinho de um dos Pastifícios Primo e conheço bem o trabalho do Ivan já há um bom tempo. Conhecia também o “Massa na Rua” e andava desconfiado que não iria demorar para ele abrir um restaurante. Fui ontem mesmo visitar a nova casa. São três mesas para quatro pessoas cada uma e mais um balcão comprido com 10 banquetas amarelas. As massas custam de R$ 9,99 (penne) a R$ 24,99 (sorrentino vegano ou de brie com damasco). Há uma “massa surpresa” diariamente por R$ 12,99. O cliente escolhe a massa, o molho e pode pedir também algum extra, como almôndega ou molho ao funghi, pagando um pouco a mais por isso. Tirando as mesinhas e as banquetas, o esquema é como o de um food-truck. Pratos descartáveis e talheres de plástico.

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O espaço de 25m² do restaurante comporta três mesas para quatro pessoas cada uma…

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… e mais um balcão comprido com 10 banquetas amarelas

Como estávamos em quatro pessoas, consegui provar bastante coisa. O que escolhi para mim foi a lasanha (R$ 16,99), que leva mais tempo para ficar pronta. São de 10 a 15 minutos de espera. Ela veio bem quente e numa porção generosa. Embora o cardápio apresente três tipos de lasanha, só havia a de presunto e queijo. A bolonhesa e a vegetariana estavam em falta. Já o ravioli quatro queijos (R$ 16,99) não levou nem 3 minutos e é um dos melhores custos-benefícios. A focaccia pizza (R$ 9,99) funciona mais como entrada do que como prato principal. O sorrentino estava duro, um pouco mal cozido.

O Massa na Rua não cobra serviço (mas a casa pede que os clientes recolham o lixo), não vende sobremesa e não tem gelo e limão para o refrigerante.  Parar o carro na região é complicado e caro. No domingo, estacionamentos mais próximos estavam cobrando 20 reais. A julgar pelo movimento, já grande, o novo Primo vai agradar a massa paulistana.

Serviço:
Massa na Rua
Rua Peixoto Gomide, 63, Centro
Tel.: 3231-0350
Seg. a sáb. 11h/23h; dom. e fer. 11h/15h
Senha do wi-fi: viveremassa!
www.pastificioprimo.com.br