No dia 19 de março, comemora-se o Dia de São José, um dos santos mais populares da Igreja Católica. O carpinteiro é o padroeiro dos trabalhadores e também das famílias. Os italianos comemoram o Dia dos Pais no Dia de São José. Um tradicional doce italiano – que atrai os paulistanos – homenageia o santo.
A zeppola é uma espécie de rosquinha frita recheada com creme de baunilha e polvilhada com açúcar de confeiteiro. Na padaria Big Bread, na unidade do Ipiranga, os fiéis da vizinha Paróquia de São José – que realiza uma quermesse neste dia – fazem fila em busca do quitute, que custa R$ 3,30.
Vendida desde a inauguração do estabelecimento, em 1996, a receita é fabricada no 19º dia de todo mês, além de poder ser encomendado o ano inteiro, mas a produção cresce em março. “Três anos atrás, um padre de uma igreja do bairro do Belenzinho tinha uma padaria e tentava vender o doce para seguir essa tradição”, conta o gerente de marketing Eduardo Carvalho. “Como a receita dele não fazia sucesso, ele veio até nossa loja e encomendou 2.000 unidades para conseguir agradar seus clientes na comemoração do dia de São José”. A Big Bread espera vender hoje cerca de 20 mil zeppole – plural usado em italiano para a receita.
No bairro da Mooca, a tradição começou com o restaurante Di Cunto, que oferece a zeppola durante o ano todo desde a década de 1950. A receita preparada consiste em uma massa frita, com recheio de creme de baunilha, com cobertura de mel de flor de laranjeira e castanhas de caju (R$8,50). “Meu tio conta a história de que um tempo atrás um cliente entrou irritado na nossa confeitaria, dizendo que a qualidade da nossa zeppola era muito ruim”, lembra Marco Alfredo Di Cunto Junior, gerente de marketing. “Pelo formato do doce, meu tio percebeu que o doce comprado em uma paróquia não era da Di Cunto, mas mesmo assim ofereceu o da nossa loja. Assim que o homem percebeu a diferença, foi embora todo contente”. Marco conta que a produção começou às 4h do dia de hoje e estima que as vendas cheguem a 15 mil unidades. “Os clientes compram várias unidades e presenteiam todos os amigos chamados José”, afirma.
A confeitaria da Casa Santa Luzia, nos Jardins, oferece as zeppole de uma maneira diferente: em vez de frita, a massa de carolina do doce é assada e leva ao todo 3 horas para serem preparadas. O creme do recheio é feito com fava de baunilha e com um toque final de amarena. Além disso, o doce é decorado com amarenas italianas, em vez de cerejas ou ameixas secas, como é mais comum. A casa costuma produzir 5.000 zeppole no dia de hoje, sendo que 2.500 são vendidas e 400 são doadas para a Paróquia São José, do Jardim Europa. À venda por R$ 8,00, o quitute só fica disponível na semana da comemoração, portanto entre os dias 12 e 21 deste mês.
Proprietário da Asti, no Paraíso, o confeiteiro Angelo Perrella busca reproduzir a zeppola (R$9,00) da forma mais tradicional possível. A confeitaria vende o doce desde 1958, época em que o pai de Angelo, Benedetto Perrella comandava a produção “Existem várias maneiras de fazer o doce, mas a nossa é a mais tradicional, quase idêntica a que é feita em Napoli”, explica. “A única diferença é que o produto disponível na Asti não é frito no azeite, já que, segundo Perrella, isso o deixaria muito enjoativo. Em seu lugar, é utilizado óleo de coco.
Ano passado foram vendidas 6.800 delas no Dia de São José. Como muitas pessoas ficaram sem o doce, este ano a venda da zeppola começou no dia 18 de março, e continuará até o dia 20 de março. “Começamos os trabalhos ontem às 6h, com três turmas se revezando nos períodos manhã, tarde e madrugada”, conta Angelo.
As zeppole da Asti são decoradas com três cerejas. De acordo com o confeiteiro, isso faz parte da tradição italiana. “O número três homenageia a Santíssima Família, da qual São José faz parte”, conta. No dia do santo, o hábito é dar o doce de presente em múltiplos de três, significando prosperidade, saúde e sucesso. Perrella, que estuda a história da confeitaria italiana, conta que as zeppole costumavam ser fritas em barracas na rua. “Era bem parecido com a tradição brasileira do acarajé”, compara.
Serviço:
Asti
R. Cubatão, 580, Paraíso
Tel. 5575-3428
Big Bread
R. Agostinho Gomes, 1.880, Ipiranga
Tel. 2273-0771
Casa Santa Luzia
Al. Lorena, 1.471, Jardins
Tel. 3897-5000
Di Cunto
R. Borges de Figueiredo, 61, Mooca
Tel. 2081-7100
Fui na Santa Lucía comprar o dice que custa R 16.50 e não 9.00 cómo está anunciado. Ainda eu comentéis sobre a publicidades e me dizeram q deve ser engano!!!!
Olá, Susana! Quando estiver fazendo uma pesquisa pelo Google é importante que você veja a data de publicação do texto. Nesse caso, a reportagem (e não anúncio) foi publicado em 2015.