Abriu as portas no dia 7 deste mês a Gelati Italia, sorveteria na Rua dos Pinheiros. O negócio é a primeira experiência gastronômica da família Severo. Juliana, 31 anos, era analista de marketing e, depois de assistir a um programa de tevê sobre doces com seu pai, decidiu largar tudo para investir no mercado. Comprou uma máquina de fazer sorvetes e começou a inventar receitas. “Durante um ano, amigos e familiares foram cobaias dos nossos sorvetes”, conta.

Gelati Italia

Quando acertaram o ponto do doce, começaram a busca por um ponto quente na cidade. Entre um imóvel na Oscar Freire e outro da Rua dos Pinheiros, preferiram a segunda opção. “É perfeito, por ser no centro de um polo gastronômico”. Os sorvetes da Gelati Itália são fabricados exclusivamente com ingredientes italianos. É esse o diferencial da nova marca. Nos primeiros dias depois da inauguração, os donos da casa já apostam em um carro-chefe. “Nosso sorvete de Ovomaltine está fazendo o maior sucesso”, orgulha-se Juliana. A porção-degustação de sorvete que acompanha o cafezinho, apesar de parecer um detalhe, pode fazer a diferença numa localização em que a concorrência é acirrada.

A 150 metros da Gelati Itália, outra sorveteria conta uma história bem parecida. A Frida & Mina, que fica na esquina das ruas Arthur de Azevedo e Joaquim Antunes, foi inaugurada no dia 7 de agosto, exatamente um mês antes de sua vizinha italiana. Quem comanda o negócio é o casal Thomas Zander e Fernanda Gomes, ambos novatos no ramo. Ele é publicitário e ela trabalhava com relações públicas. “Decidimos apostar no mercado gastronômico por causa da crise no setor de comunicação”, conta Thomas, de 33 anos. O diferencial, neste caso, é o uso de produtos naturais. A dupla abre mão dos conservantes e corantes artificiais, procurando dar prioridade a ingredientes orgânicos locais. A casa também aposta na elaboração de sabores exóticos como flor-de-sal com morango e cerveja Colorado com chocolate.

frida e mina

“Abrir uma sorveteria não é tão fácil quanto parece ser”, alerta Fausto Dente, professor do curso de Gestão de Negócios em Serviços de Alimentação do SENAC. Ele explica que, da mesma forma que ter uma cafeteira não garante o funcionamento de um café, uma máquina de fazer sorvete não é a chave do sucesso de uma sorveteria. O setor, no Brasil, tem ainda uma complicação extra: o brasileiro, por motivos culturais, não toma sorvete no inverno. “Nos meses de frio, o público consumidor de sorvetes migra para o fondue e para as sopas”, garante o especialista. Ele alerta que pode acontecer com o mercado de sorveterias gourmet o mesmo desastre que ocorreu com o de Frozen iogurte, há pouco mais de um ano. “Não vai demorar muito para o mercado saturar em Pinheiros e nos Jardins”, afirma. “São bairros populosos e, portanto, atrativos para quem investe no setor”.

Outra que abriu as portas recentemente foi a Casa Elli, nos Jardins, comandada pelos italianos Massimo Borrelli, Stefano Pugin e Valentino Raffaelli. A sorveteria investe nos sabores mais tradicionais, tendo como carro-chefe o sorvete de tiramissu, preparado como se fosse o doce original. A gelateria inova ao não expor seus sorvetes em vitrines, como faz a maioria das casas do gênero. Os doces são estocados pozzetti, potes de metal mantidos a -14ºC. Dessa forma, o ar e a luz não entram em contato com a massa, preservando sua forma e sabor.

corporativo

Os italianos tocam o negócio diretamente da Itália, a quase 10 mil quilômetros de distância. É também a primeira experiência gastronômica do trio, que pretende expandi-la para Peru e México. Por que começar em São Paulo? “Os paulistanos são curiosos – vão se apaixonar pelo universo da Casa Elli”, justifica Stefano Pugin. Ele se refere ao investimento dos sócios na decoração – todo o mobiliário é original de Milão e Florença. Quem entra na loja tem a sensação de estar em set de A Doce Vida, filme de Frederico Fellini de 1960.

A empreitada lembra aquela dos irmãos Edoardo e Gigi Tonolli, que saíram da Itália para fazer sorvetes na Oscar Freire, rua nobre da cidade de São Paulo, em 2011. O Baccio di Latte deu tão certo que, em agosto deste ano, foi inaugurada a sexta unidade da marca, na Rua Harmonia. É a segunda loja só no bairro da Vila Madalena. Além de explorar a origem italiana, a sorveteria investe na cremosidade da massa como marca registrada. Todos os sorvetes são preparados com leite tipo A e açúcar orgânico.

Bacio di Latte Sorveteria

Mais uma loja que aposta nos gelados italianos abriu sua primeira unidade em maio deste ano, no Shopping Villa-Lobos. A Convivio Il Gelato faz receitas artesanais originais de famílias italianas da década de 1940. O lugar investe na produção de doces que levam sorvete – e não necessariamente na tradicional porção de sorvete de massa. O cliente pode escolher entre as bolachas recheadas de sorvete, a torta gelada de mascarpone, os picolés artesanais e os dopo cenas, carros-chefe da casa. São mini porções de sorvetes frescos enfeitados com calda, frutas, nozes e bolachas.

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SERVIÇO:

GELATI ITALIA
Rua dos Pinheiros, 275, Pinheiros
Segunda a quinta, das 12h às 19h; sexta, das 12h às 20h; sábado, das 12h às 21h; domingo, das 13h às 19h
www.gelatiitalia.com.br
 
FRIDA & MINA
Rua Arthur de Azevedo, 1147, Pinheiros
Segunda a sábado, das 11h às 20h
www.fridaemina.com.br

CASA ELLI
Alameda Tietê, 163, Jardins
Domingo a quinta, das 12h à 0h; sexta e sábado, das 12h à 1h
www.casaelli.com

BACCIO DI LATE
Rua Harmonia, 337, Vila Madalena
Segunda a sexta, das 12h às 23h; sábado, das 11h às 23h; domingo, das 11h às 22h
www.baciodilatte.com.br

CONVIVIO IL GELATO
Shopping Villa Lobos
Avenida das Nações Unidas, 4777, Alto de Pinheiros
Terça a quinta, das 12h às 20h; sexta a domingo, das 12h às 21
www.conviviosp.com.br