Em novembro de 1983, o pernambucano Severino Barbosa da Silva, então com 36 anos, inaugurava a Trattoria do Sargento no número 1354 da Rua Pamplona, nos Jardins, em São Paulo. Naquela mesma época, Luiz Felipe Scolari dava seus primeiros passos como treinador no Brasil, de Pelotas (RS). O estilo autoritário também fez Felipão ser chamado de “Sargento”  por jornalistas e torcedores.

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“Lasanha do Felipão” pode ser à Romanesca (foto), à la Creme ou ao Forno

Severino nasceu em 1947, na pernambucana Timbaúba, a 100 km da capital Recife. Desembarcou em São Paulo em 1967, depois de três anos no Rio de Janeiro. Trabalhou no restaurante Il Sogno di Anarello, comandando pelo italiano Giovanni Bruno. O apelido “Sargento” surgiu na cantina instalada na Vila Mariana. “Ele dizia para o Giovanni: ‘você fica aí fora, aqui na cozinha mando eu”, conta Pedro Simplício, 60 anos, gerente da Trattoria, que começou a trabalhar com o falecido Sargento em 1994.

Quando o Brasil conquistou o pentacampeonato no Japão, em 2002,  o palmeirense Sargento resolveu homenagear o comandante do título. Então surgiu a ideia de incluir três novos tipos de lasanha às 42 massas já existentes no cardápio: as “Lasanhas do Felipão”, recheadas com peito de peru, podem ser servidas com três tipos de molho: à la Creme (molho branco, espinafre e gratinado com catupiry); à Romanesca (molho branco, ervilha, champignon e presunto); e ao Forno (molho de tomate gratinado com mussarela). Elas servem duas pessoas (ah, o Murtosa?!?) e custam entre 67 e 73 reais.

O nome de Felipão decora o cardápio da Trattoria do Sargento

O nome de Felipão decora o cardápio da Trattoria do Sargento

“As vendas dos pratos caíram um pouco depois da Copa”, confirma Pedro, sentado próximo à moldura que homenageia Sargento, falecido em 2009. As paredes da cantina têm 35 quadros com fotos de famosos que visitaram o local. No teto, 600 camisetas, todas presenteadas por clientes, chamam a atenção.

Pedro, com a "lasanha do Felipão" em mãos, ao lado do quadro de Sargento

Pedro, com a “Lasanha do Felipão”, ao lado do quadro do fundador Sargento

Só que, entre essas lembranças, não é possível encontrar nada sobre Felipão. “Ele nunca veio aqui”, lamenta Sueli da Silva, 41, uma das seis filhas de Sargento. “Já o convidamos, mas ele sempre disse que a agenda estava lotada”.  O nome do treinador na lasanha gera muita curiosidade. “As pessoas sempre perguntam e fazem brincadeiras”, diz o gerente Pedro. “Mesmo com o fracasso da Seleção Brasileira, não pretendemos mexer no cardápio”.  Pedro até planeja homenagear Dunga se ele for campeão mundial em 2018. “Já que ele é gaúcho, uma lasanha recheada de picanha seria uma boa.”

Serviço
Trattoria do Sargento
R. Pamplona, 1354, Jardim Paulista
(11) 3051-5077
Todos os dias, das 12h às 17h30 e das 18h até o último cliente