Há duas semanas, Matteo Maveri, 34 anos, resolveu entrar forte no mercado de picolés, que ganhou força na cidade com a chegada das paleterias mexicanas. Matteo criou a marca Picolé Havaiano. Desde 2002, ele comanda a fábrica de sorvetes Italian Dessert, que atende restaurantes, hotéis e bufês em vendas por atacado. A empresa foi fundada pelo pai dele, Carlo, em 1989. A sorveteria inaugurada em 2001, na Alves Guimarães, em Pinheiros, oferece picolés ditos gourmet. Esse foi o ponto de partida para a produção da nova linha com 15 sabores. Matteo explica que foram três anos de pesquisa para desenvolver os picolés. Curioso é que ele nunca foi ao arquipelágo americano no meio do Oceano Pacífico. “Criei a marca, mas não significa que o picolé vem do Havaí”, diz. “Os sorvetes são produzidos em fábricas diferentes. Os sorvetes de massa vêm de Cotia e os picolés, de nossa fábrica em Louveira, a 70 km de São Paulo”. Matteo elege o de doce de leite como seu preferido, embora diga que os que irão mais chamar a atenção são os de paçoca e uísque. “Pensei nesse sabor para adultos tomarem no fim de um encontro. Não tem álcool, pode tomar e passar sossegado no bafômetro”. Os picolés custam para o consumidor entre 5 e 7 reais.
Por enquanto, os sorvetes só podem ser encontrados em quatro pontos de São Paulo: Açougue Paraguassu (Perdizes), e nos restaurantes da sede do Palmeiras (Pompeia), no restaurante Cosmopolitan (Moema), e na doceria Arlecchino (Vila Maria). “Ainda estamos vendendo pouco”, conta Renata Mufalo de Almeida, 27 anos, gerente administrativa do Açougue Paraguassu. “Experimentei vários sabores. Curti o picolé de brigadeiro, mas o de chocolate tem gosto demais de café”.
Picuruta Salazar, 53 anos, um dos mais famosos surfistas brasileiros, viajou em fevereiro pela trigésima vez ao Havaí. Já experimentou diversas marcas de sorvete por lá. “Como o Havaí é um lugar tropical e muito conhecido pelas prais, pelo sol e pelo mar, a ideia de usar esse nome pode alavancar a marca, sim”, afirma Salazar. “Mas eu prefiro os sabores do Nordeste brasileiro, como acerola e graviola”.
Nos planos de Matteo, ele pretende abrir 5 mil pontos de venda em um ano e meio. “Quando o chegar o verão, vamos com tudo”, avisa. Há um longo caminho pela frente. “O sorvete promete pedacinhos de frutas, mas comprei o de uva para meu filho e não encontrei nada”, reclama Renata, a gerente do Açougue Paraguassu.
Serviço
Picolé Havaiano
Tel. 3865-3540 / 3673-6131
www.picolehavaiano.com.br