Algumas casas costumam ter itens misteriosos no cardápio. Os nomes não permitem que o cliente saiba logo de cara quais são os ingredientes do prato. Um exemplo é a pizza “Tanto Faz”, do Armazém da Pizza. A receita leva berinjela e mussarela de búfala, gratinada com queijo parmesão. Jefferson de França Bastos, proprietário da pizzaria, explica que o nome é uma brincadeira com um diálogo muito comum entre os clientes. “O garçom pergunta: ‘vão querer qual sabor?’. Aí alguém responde: ‘Tanto faz’, e outra pessoa completa: ‘tanto faz não tem'”, imita ele. “Bom, agora tem!”. Outro exemplo na mesma linha é o milk shake “Num Sei”, da Q! Shake. Os funcionários revelam apenas que é uma mistura de seis sabores diferentes, mas não podem dizer quais são. Nem depois de escolher e provar a bebida o cliente pode ficar sabendo o que consumiu.
Também há casas que os próprios nomes já demonstram uma certa indecisão. Só que a escolha do nome da cantina C… Que Sabe! teve inúmeras etapas. Em 1931, o italiano Francesco Stippe abriu um restaurante sem nome. “Era uma espécie de pensão. Por isso, não batizaram”, explica Bruno Stippe, neto de Francesco. Em 1940, o italiano abriu o restaurante Mama Rosa, no mesmo lugar. Vinte anos mais tarde, seu irmão, Antonio, passou a fazer parte do negócio, e decidiu mudar o nome da casa para Melone de Salermo. Depois, foi a vez de outro irmão, Rafael, entrar na sociedade e mudar o nome do restaurante, desta vez para Peperoni. “Cada vez que entrava alguém da família era uma briga, e faziam questão de mudar de nome”, conta Bruno. Cansado, Francesco, que era sócio majoritário do Peperoni, decidiu vender o negócio para o filho, Roberto (pai de Bruno), há 35 anos. No calor na emoção, o novo dono do empreendimento assinou o contrato sem se importar com a cláusula que dizia que, durante 2 anos, ele não poderia batizar o restaurante com nenhum nome italiano. “Os irmãos do meu avô não queriam concorrência”, afirma Bruno. A primeira ideia foi batizar a casa com o nome de Macarrão. Luzia, mulher de Roberto, achou o nome fraco demais. Em uma certa noite, cansado de discutir sobre esse assunto, Roberto perguntou a ela: “Onde vamos jantar hoje?”. Ela respondeu: “Ah, você que sabe”. Estava escolhido o nome do restaurante.
Serviço:
Armazém da Pizza; Rua Cantagalo, 934, Tatuapé, 2092-2799
Q! Shake; Rua Caraíbas, 21, Perdizes, 3675-507
C…Que Sabe!; Rua Rui Barbosa, 192, Bela Vista, 3251-4597
(Com colaboração de Karina Trevizan)
Já experimentei o milk shake “Num Sei” que vc citou.
É razoável… uma mistura de sabores em que nenhum se sobressai. Mas lá tem outras opções que valem muito a pena a visita… pena que o atendimento e a falta de todas as opções oferecidas no cardápio é frequente.
Abraços.
Tem uma desculpa melhor, para covardes: o sistema (de informática) não permite cobrar pela média……….