Gosto de ser atendido por seres humanos.
Sei que vou ser criticado por isso, mas é o meu jeito. Até hoje me recuso a instalar aqueles selos no carro porque gosto de ser atendido pelo pessoal das cabines (já escrevi um livro que tem uma moça do pedágio como tema, que se chama A mulher que falava pára-choquês).
Por isso, olhei com certa desconfiança um braço robotizado que está vendendo sorvete no piso Jardins do Shopping Paulista. A máquina Robot Innovations – Ice Cream foi instalada em frente ao restaurante The Fifties. A novidade consiste em um braço mecanizado que prepara a sua sobremesa. Para começar essa nova experiência, o cliente deve pagar R$ 6,50 no cartão de crédito (sim, única forma de pagamento). Em seguida, na pequena tela de comando, aparecem os três sabores de sorvete: vanilla, chocolate ou misto. O sorvete será recoberto com confeitos. São seis opções, como granulado colorido e chocoball. Essas duas sequências se repetem, formando o que eles chamam de “4 camadas de alegria”. Para deixar a brincadeira mais animada, o robô pode assumir a identidade de quatro personagens virtuais diferentes. Quando alguém aciona a máquina, uma pequena multidão se junta para ver o preparo.
Encontrei um vídeo que mostra como o robô funciona. Ele foi apresentado pela empresa Topema numa feira do setor em 2012. Naquele tempo, o robô oferecia cinco camadas.
Fiz a experiência na tarde da última sexta-feira, dia 25 de abril, e a máquina estava simplesmente sem o sorvete. Não havia nenhum aviso e o pagamento foi aceito normalmente. O robô realizou toda a sequência, mas acabou entregando apenas um copo com os confeitos. A máquina não tem telefone de contato. Apenas um e-mail do SAC. Reclamar pra quem? Ela não fornece nota fiscal. O robô me roubou R$ 6,50. Que falta faz um ser humano nessas horas!
Marcelo, meu nome é Sergio Lerrer, sou colega de jornalismo e presto serviços para o cliente responsável pelo RoboFusion.. Foi lamentável ocorrer isso justamente com uma empresa que se empenha e gasta tanto para inovar.. Aqui vai nossa cartinha.. procurando amenizar essa situação:
“”Prezado Marcelo
Ficamos sabendo do seu contratempo ao usar o equipamento RobôFusion no Shop. Paulista.
Uma pena o ocorrido. Seja com vc ou com qualquer outra pessoa.
Nossa intenção é trazer e nacionalizar no país uma tecnologia de robótica no setor de alimentação.
A ideia é que sirva para a conveniência, mas sirva ao lúdico, especialmente para crianças e adultos querendo fazer do seu lazer uma experiência adicional. Não é tirar a graça, e sim dar graça ao momento de pedir um sorvete.
É uma robotização a serviço do encantamento, de reunir pessoas em torno do simples pedido de um sorvete. E temos presenciado e percebido o sorriso no rosto das pessoas. Na verdade, o efeito acaba sendo de aproximar as pessoas neste compartilhamento.
Reconhecemos um lapso: o equipamento instalado no Shopping Paulista é o número 1 instalado e sob observação.
Isso deveria estar contextualizado e explicado, para que o público inclusive pudesse dar o feedback de sua percepção.
Assim também como, mesmo sendo máquina, depende do suporte humano no suprimento.
Pedimos desculpas pelo incômodo e graças a sua manifestação estaremos mais atentos e com mais capacidade de instruir nossos parceiros do varejo no uso do equipamento.
Estamos retirando o Robôfusion do Shopping para que ele faça sua “prova de recuperação”. Assim como você é “Fanático por Futebol” e “Curioso”, somos “fanáticos por produtos perfeitos e inovadores” e investimos o máximo possível em pesquisa e desenvolvimento, fruto da curiosidade de proporcionar novidades na relação entre alimentação e as pessoas. Com certeza após novos treinamentos ele vai recuperar “ritmo de jogo” e voltar a campo.
A Robô Innovations agradece a atenção que desse e reitera desculpas pelo incômodo.”
Qualquer coisa .. meu email é 18comunica@gmail.com
A quarta revolução industrial está vindo para destruir os empregos e empurrar ainda mais as famílias para a miséria, sinceramente, um povo que idolatra seu próprio algoz ele é muito burro, os empresários aumentam os seus lucros e o trabalhador leva um pé na bunda.