O paulistano João Carlos Navarro, 48 anos, era gerente de contratos de uma empresa de Engenharia. O trabalho o obrigava a viajar pelo Brasil o tempo todo. Sua noiva, Andreza Fabiano, pedia sempre que ele trouxesse na volta um refrigerante típico da região. “O primeiro refrigerante que provei com um sabor diferente foi o Guaraná Jesus, numa viagem ao Maranhão”, lembra João. “Na época, ele não era tão conhecido, e me chamou atenção tanto pelo gosto de tutti-frutti quanto pela cor rosa”. Por meio de blogs e grupos nas redes sociais, o casal percebeu que muita gente tinha curiosidade em experimentar novos sabores de refrigerantes. Mas nem todos tinham a chance de viajar tanto quanto João Carlos. Foi então que, em agosto passado, ele fundou o Clube Johnny Refri para atender essa demanda.
O Clube Johnny Refri funciona como uma loja virtual em que o cliente faz uma assinatura anual. O valor da mensalidade é de R$32,90 (para quem é de fora da Grande São Paulo, há ainda o preço do frete) e dá direito a um kit com 6 refrigerantes de sabores e regiões diferentes. Cada assinante vota no seu preferido. Os três refrigerantes mais votados se repetem no kit do próximo mês e outros três são acrescentados à lista.
Quem quiser receber um único tipo de refrigerante pode encomendar uma embalagem especial com 12 unidades, sem necessariamente fazer a assinatura. “Mas a nossa preferência é que todos participem do clube”, diz João Carlos. “O objetivo do clube é as pessoas façam uma degustação para conhecer um pouco de cada um, de cada região”. As entregas são feitas para todo o Brasil em uma embalagem personalizada.
Ao todo, João Carlos cadastrou 250 fabricantes, mas nem todos aderiram à ideia. O Clube Johnny Refri irá trabalhar com 80 fabricantes e aproximadamente 300 sabores diferentes, abrangendo 80% de todos os refrigerantes regionais que existem no país. “Um dos refrigerantes mais difíceis foi o Moranguitto, produzido em Macaé, no Rio de Janeiro”, conta. “Fiquei sabendo dessa marca pela internet e entrei em contato com a empresa. Eles me disseram que não enviariam a bebida. Se eu quisesse, teria que ir até lá. Peguei o meu carro e voltei com 240 garrafas no porta-malas”.
Além de enviar as bebidas gaseificadasa os clientes, o Clube Johnny Refri tem a preocupação de divulgar a história das empresas – a origem, a história da cidade e curiosidades. “Muitos fabricantes são quase centenários, têm tradição e cultivam um sabor que passou por várias gerações”, afirma João Carlos. No kit de fevereiro, os assinantes receberão o Abacatinho, de abacate, produzido em Ubá (MG); o Mate Couro, feito com guaraná e chapéu-de-couro, de Belo Horizonte (MG); o Paranaense, com sabor de framboesa, fabricado em Quatiguá (PR); e o Sete Voltas, com tangerina e colágeno, de Franca (SP), além do Guaraná Jesus e do Moranguitto. O refrigerante preferido de João Carlos, no entanto, não está nessa lista. Ele elege o Cajuína, à base de caju, produzido no Ceará. E muitas surpresas estão reservadas para os próximos meses. “Acabo conhecendo novos sabores não mais em viagens, mas por sugestões dos próprios assinantes”, comemora.
(Se for utilizar informações publicadas nesta reportagem, não esqueça dos créditos e do link deste blog)
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