Por que não pensei nisso antes? Ficar um dia hospedado no icônico Copan, prédio do centro projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer em 1951 (e inaugurado somente em 1966, depois de várias mudanças na ideia original). A tarefa ficou bem fácil quando encontrei o @airbnbdocopan, grupo que administra 25 dos 1.160 apartamentos do local. Eles são todos bem charmosos, de diferentes tamanhos e preços de diárias. Escolhi um no 28º andar (curiosidade: o Copan tem um total de 32 andares em 115 metros de altura).
O apartamento tinha cozinha toda equipada, cama king size, rede na sala e uma gigantesca Smart TV. Ah, como o Copan tem uma das últimas locadoras de DVD ainda em funcionamento na cidade, é possível pedir emprestado um DVD player. Na minha avaliação, o apartamento ficou com nota 9,8. Tirei dois décimos pela porta do boxe do banheiro emperrada e a falta da agulha na charmosinha vitrolinha da sala. Resolvi relevar a entrada triunfal da faxineira no apartamento uma hora antes do horário do check-out. No mais, tudo impecável. Um dos principais atrativos desse apartamento que aluguei era o “pôr-do-sol incrível”. Mas, num final de semana nublado, o sol não deu as caras. O charme foi ver a cidade se iluminando lá do alto.
Há muita coisa para se fazer no entorno do Copan. Não faltam opções gastronômicas, por exemplo, na Major Sertório e na Bento Freitas. Mas, no meu caso, a ideia era passar o dia inteiro dentro do Copan. O passeio teve uma primeira parada na Livraria Megafauna – que abriga em seu interior o sempre cheio café e restaurante Cuia, da chef Bel Coelho.
No meio da tarde, circulando pela galeria comercial do edifício da Avenida Ipiranga, 200, encontrei o café Tem Umami (loja 74). Eles servem o coado da marca A Tocaya (R$ 5), que fica ainda melhor acompanhado de uma fatia de panetone de fermentação natural feito na casa. Tem o tradicional, o de chocolate bean to bar e o delicioso Brasileiro, recheado com cupuaçu orgânico desidratado, banana passa e chocolate de doce de leite. É lógico que o Brasileiro foi a minha escolha, que pode ser pedido por fatia (R$18 cada uma, que corresponde a um quarto do panetone).
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Por fim, o jantar foi encomendado no @onhoquedocopan, delivery criado em 2020 no apartamento de Marina Lepore, no bloco E (são seis no total, de A a F). Ela é uma das 5.000 moradoras do edifício. Marina prepara nhoques de batata ou mandioquinha, que podem ser servidos com um dos cinco tipos de molho. Encomendei nhoque de batata com molho de tomate rústico (R$ 33) e com molho de gorgonzola e castanhas do pará (R$ 39). As porções tinham 600 gramas e fizeram bonito!
Tive assim um dia de turista “viajando” dentro da minha própria cidade. Afinal, isso é ou não é “São Paulo para Curiosos?”.