Um sabiá-laranjeira sem ninho é a maior preocupação do estudioso Johan Dalgas Frisch no momento. A ave é feita de bronze e tem 60 centímetros– mais do que o dobro dos outros membros da espécie Turdus rufiventris. O pássaro em questão é uma estátua de sabiá-laranjeira que foi feita em 1967 e até hoje não tem moradia definitiva.
Engenheiro por formação, Johan Dalgas Frisch dedicou sua vida à ornitologia. Produziu 18 álbuns apenas com gravações de cantos de aves sulamericanas. Uma de suas lutas foi pela criação do Dia Nacional da Ave, comemorado em 5 de outubro, desde 1966. Na ocasião, o governador Laudo Natel instituiu o sabiá-laranjeira como ave-símbolo do Estado de São Paulo. Mais tarde, em 2002, Fernando Henrique Cardoso a transformou no pássaro nacional do Brasil.
Para comemorar a festividade, em 1967 a Prefeitura de São Paulo encomendou uma estátua em bronze do sábia-laranjeira. Foi a médica veterinária francesa Claudie Dunin quem a executou. “Colocaram a estátua no meio da Praça da República, onde pensaram que não haveria roubos”, conta Dalgas Frisch. Mesmo assim, a figura foi levada no começo dos anos 1980.
A estátua do passarinho ficou desaparecida por 16 anos, até que a própria escultora viu seu sabiá à venda em um antiquário na Alameda Ministro Rocha Azevedo. A francesa foi se queixar na delegacia. “Depois de questionarem escultora, vendedor de antiquário e sabe-se lá mais quem, os policiais levaram presa a estátua inocente”, conta Dalgas. Apreendida pela polícia, a estátua foi para o Fórum Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda.
Somente em janeiro de 2001 a Prefeitura conseguiu reaver a estátua, que voltou à Praça da República. Em setembro daquele ano, moradores de rua levaram embora o sabiá, que logo foi encontrado pela polícia. A mesma coisa aconteceu em 2007, até que desistiram de deixar o passarinho em um local tão vulnerável.
Hoje, a ave-símbolo da Nação encontra-se guardado no Departamento do Patrimônio Histórico da Prefeitura, na Avenida São João. A foto acima foi tirada pelo próprio Dalgas, que quer encontrar uma moradia definitiva para ela. “Pensei em pedir que colocassem o sabiá-laranjeira no Parque Alfredo Volpi, no Morumbi, mas o local não está com uma boa vigilância”, diz o ornitólogo. Por fim, Dalgas decidiu que o ninho ideal para a estátua seria o Palácio dos Bandeirantes, “onde o sabiá se tornou símbolo de São Paulo”.
Dalgas conta que já conversou com o prefeito Gilberto Kassab a respeito do assunto. “Ele aceitou, mas precisamos esperar a resposta do governador Geraldo Alckmin”, afirma. Se tudo der certo, a estátua será restaurada – é preciso limpá-la e reconstruir os pés, que foram arrancados em uma das tentativas de roubo – e colocada nos jardins do palácio. O ornitólogo pretende instalar um sistema eletrônico que emitirá o som do sabiá-laranjeira quando uma pessoa chegar a menos de 8 metros do pedestal em que este se encontra. “O Brasil já é o primeiro país do mundo a ter estátua de sua ave-símbolo”, diz. “Seremos pioneiros também em mostrar seu canto em um ponto turístico”.
(Com colaboração de Míriam Castro)
Como sabemos pouco sobre o nosso país. Eu nunca tinha ouvido falar que havia um “dia da ave” e nem que o Brasil tinha um pássaro-simbolo. E ainda mais, o sabiá-laranjeira, que é tão comum. Gostaria de saber o porque da escolha dessa ave e não de outra como joão-de-barro, bem-te-vi ou beija-flor (li em algum lugar que somos o país dos beija-flores), ou mesmo a harpia, que é a nossa águia.
De qualquer modo parabéns ao Sr. Frisch pela sua dedicação aos pássaros. Também gosto muito de aves, principalmente quando estão fora das gaiolas. Tenho árvores no quintal da minha casa que estão sempre cheias de sabiás e bem-te-vis.
O CANTO DO SABÌA- LARANJEIRA È UNICO, QUEM OUVE, LOGO VIRA FÃ.OTIMA INICIATIVA ENGENHEIRO OU MELHOR ORNITOLOGO.PARABENS
Uma estátua de bronze!?Que idiotice!Quanto será que custou?!O preço de quantos carros?